modificações no Pastinha J3 Artal modelo antigo

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man1aco
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modificações no Pastinha J3 Artal modelo antigo

Mensagem por man1aco »

Bom pessoal já faz algum tempo que venho mexendo no meu pastinha J3 da artal antigo com 1,60m de asa com a intenção de tornar seu vôo mais estavel e agradavel.

Porem nem de longe atingi o mesmo sucesso que tive com o asa baixa da artal modificado que tem hoje uma estabilidade vertical que vai muito alem do que eu imaginava ser possivel.

O que acontece com o vôo do J3 é o seguinte, não existe uma trimagem onde ele mantenha um angulo constante de subida com determinada % de acelerador, ou ele cabra até estolar (pode levar um tempo mas sempre acontece) ou ele desce, não é como os outros aeromodelos que apos um tempo subindo perde velocidade e baixa o nariz para ganhar velocidade, ele cabra mais e mais conforme perde velocidade.

O que tentei fazer nele foi:

Incidência do motor para baixo , não resolveu.

Aumento da area total do estabilizador, tambem não resolveu.

Incidência negativa no estabilizador com calço de 4mm na frente da peça.

Tudo isso sempre foi testado mudança de CG para ver os possiveis resultados.

A unica coisa que ainda não tentei foi alongar a fuselagem por se tratar de uma mudança muito radical e perigosa pois uma emenda em um material tão mole como a pasta não me parece seguro.

Penso em aumentar a incidência do estabilizador ainda mais antes de repensar o alongamento da fuselagem.

Quem ja fez experiencias com modificações no J3 quais foram ? que resultados conseguiram ?
Editado pela última vez por man1aco em Qua Fev 03, 2016 10:50 am, em um total de 1 vez.
stickier
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Re: modificações no Pastinha J3 Artal modelo antigo

Mensagem por stickier »

Como está o CG do modelo?

Desloque o CG o mais para frente possível, torne a cauda Leve

Talvez seu caso seja fazer o estabilizador ter uma incidencia negativa, e não positiva

Segue um material para te ajudar

http://www.aeroclubedebrasilia.org.br/a ... cional.pdf
man1aco
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Re: modificações no Pastinha J3 Artal modelo antigo

Mensagem por man1aco »

stickier escreveu:Como está o CG do modelo?

Desloque o CG o mais para frente possível, torne a cauda Leve

Talvez seu caso seja fazer o estabilizador ter uma incidencia negativa, e não positiva

Segue um material para te ajudar

http://www.aeroclubedebrasilia.org.br/a ... cional.pdf


Ops errei a incidencia é negativa mesmo que eu fiz, como vi muitas plantas de J3 cub escala assim achei uma boa tentar o mesmo.

O CG já vi que vou ter que tentar peso extremo de nariz para ver se isso melhora.

O pastinha do jeito que ele é eu julgo que é mal concebido o charuto quando ao comprimento total e posição da asa.

Há muito comprimento de nariz antes da parede de fogo e pouco da asa até o profundor.

Fico imaginando agora que com pouca modificação acho que da pra conseguir mover a asa mais para frente uns 5cm ou mais, se eu passar a usar 2 servos nela fico com o centro dela livre sem impedimentos.
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LaercioLMB
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Re: modificações no Pastinha J3 Artal modelo antigo

Mensagem por LaercioLMB »

Agora eu pergunto, para que modificar algo que funciona bem?
Todo aeromodelo tem proporções a serem seguidas, nada é ao acaso e tão pouco de qualquer jeito que não funciona.
Quais foram as alterações que você fez?
Tem alguma noção de como um avião voa?
Acredita que mudando dimensões o CG continuará a 1/3 da corda?
Acredita que aumentando a cauda isso não afetará mais ainda no CG dele?
Ou se encurtar a cauda não afetará em nada?
Todo um projeto tem as dimensões que tem por um motivo e se não sabemos os motivos, não podemos alterar nada.
Ahh, mas é tentando coisas diferentes que se aprende.
Correto, mas só se aprende quando temos noção do que estamos fazendo, pois nada se aprende ao acaso e acho até que nem o fogo foi descoberto ao acaso, pois o fogo a natureza sempre o fez, o ser humano só teve que descobrir uma forma de iniciar a chama.
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Re: modificações no Pastinha J3 Artal modelo antigo

Mensagem por DELTA »

Tenho um modelo deste com motor Evolution .46 e não acontece a situação que relata.
Realmente o nariz em proporção ao resto da fuselagem é longo, mas mesmo assim um excelente voador na sua categoria.
O Laercio disse bem: para que modificar o que funciona ?
Tentou trabalhar apenas o CG quando estava original ?
man1aco
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Re: modificações no Pastinha J3 Artal modelo antigo

Mensagem por man1aco »

Vocês devem estar falando de outro avião, o pastinha de hoje tem dimensoes diferentes do meu pastinha com mais de 10 anos de idade, a fuselagem e a asa são outras.

O Pastinha de antigamente é um trem desajeitado que nunca "voou bem" apenas voa, não é um avião que se larga trimado e ele fica estavel, tanto que meu tio me deu os 2 que ele tinha porque eram "bobos" no ar, nunca se chegava a uma trimagem por mais que não se mexesse no acelerador.

Laercio quanto as proporções o meu pastinha foge a todas, momento de cauda é praticamente 1 Corda ( nem Super decathon é tenso assim ) , area do estabilizador é beirando o insuficiente com volume de cauda no limite minimo definido na literatura 0,35 que seria suficiente se ele tivesse algo em torno de 2 cordas de momento de cauda.

"1/3 da corda" você ta zuera comigo laercio ? cade vez que mexo no aero gasto uma folha de caderno recalculando na unha e cerebro CG, volume de cauda, angulos de tudo medidos a exaustão.


Minhas modificações são baseadas em muita pesquisa e testes praticos para tentar tornar esse pasta tão ou mais estavel que o modelo asa baixa que eu modifiquei onde aumente a area de cauda de 14% para 22% e ficou perfeito o voo sem precisar fazer mais nada mas o asa baixa é diferenciado se por projeto ou erro de construção o meu ja veio com incidencia levemente negativa na asa e tem mais momento de cauda que o asa alta, tudo isso influiu para ele ser um aero melhor.
DELTA
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Re: modificações no Pastinha J3 Artal modelo antigo

Mensagem por DELTA »

Maniaco, poderia postar uma foto da "lateral" da fuselagem ?
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LaercioLMB
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Re: modificações no Pastinha J3 Artal modelo antigo

Mensagem por LaercioLMB »

Então o que você teria que fazer é um novo modelo seguindo as proporções ideais de um aeromodelo asa alta, pois aumentar os estabilizadores não significa deixar ele melhor, já que o peso de cauda aumentou e com isso, o peso de nariz deverá ser compensado e não é pouco.
Momento de cauda e momento de nariz então você deve saber de um padrão para isso e deveria deixar o mais perto possível desse padrão.
Para você ter uma ideia, tenho um aeromodelo em que o momento de nariz é pouco mais que a metade da corda da asa e isso fez com que o CG dele ficasse a 25%.
Está errado o modelo?
Não, pois é um modelo escala da primeira guerra e todos os aviões de combate daquela época tinham um momento de nariz muito curto mesmo.
Sabe que as proporções estão erradas, então tem que ser modificado tudo conforme e não somente uma parte à espera que o resto todo funcione bem.
Veja um Piper J3, ele tem uma fuselagem um pouco mais curta, em torno de 65% ao invés dos 75% padrão a um treinador asa alta e tem uma área de estabilizador um pouco maior em relação a outros da mesma classe, como o Taylorcraft, mas o que faz isso é a envergadura do Piper J3 ser superior aos da mesma classe, pois a fuselagem dele não é 75% da envergadura, é somente 65%, o que deixa o Piper J3 mais arisco em arfagem se comparado a um Taylorcraft que é bem semelhante.
Atualmente tenho visto muitos aeromodelos "treinadores" que fogem totalmente aos padrões de uma construção de um aeromodelo treinador e o pastinha da artal é um deles.
Tem gente que dirá que ele tem um ótimo voo, mas quando um piloto já tem habilidades consideráveis, até tijolo voa bem, desde que com o CG no devido lugar e com carga alar compatível. Acha que se botar asas em um tijolo ele não pode voar?
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rafael_reali
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Re: modificações no Pastinha J3 Artal modelo antigo

Mensagem por rafael_reali »

Vou contribuir com minha experiência. Meu pastinha asa alta tem um motor 55, hélice 12x6 e 1,80mts de asa. Coloquei essa asa pois ele tem flutuadores que pesam um bocado + o motor muito pesado também. Dificilmente aparece outro pastinha lá na pista, mas o pessoal se encanta com o voo do meu. A bateria está no começo do cone de cauda mas eu já percebi sim esse comportamento que as vezes não tem trimagem que dê jeito. Isso acontece principalmente em dias de vento forte ou quando voei com hélice acima de 12x8. Acho que seu perfil de asa contribui com isso.

Concordo que para fazer modificações num modelo antes é preciso ter um bocado de conhecimento sobre todos os princípios do voo e como as diferentes partes do avião cumprem sua função mas creio também que nem tudo num aeromodelo em linha de produção está exatamente como as ideias idealizadas no papel.
Não importa o que você sabe, o que importa é o que você faz com o que sabe!
~Lee Jun Fan
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LaercioLMB
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Re: modificações no Pastinha J3 Artal modelo antigo

Mensagem por LaercioLMB »

Rafael, se alguns aeromodelos feitos em série não seguissem uma regra, as empresas teriam muitas reclamações e não venderiam.
Por que motivo fazer algo sem regra?
Existem sim falhas de quem "projeta" pensar que não precisa isso ou aquilo e o voo se tornar instável.
Momento de cauda muito curto, deixa qualquer aeromodelo arisco em arfagem e não tem trimagem que compense isso.
Cauda curta demais, deixa o aeromodelo com comandos de picar e cabrar muitos sensíveis e cauda longa demais deixa o aeromodelo muito lento nesses mesmos comandos, por isso tem uma medida ideal que deixa o modelo com comando total em arfagem, sem deixar ele sensível demais ou lento demais.
Não será tamanho de estabilizador que irá mudar isso, pelo contrário, se aumentar o profundor em um modelo de momento de cauda muito curto, a sensibilidade em arfagem será maior ainda, pois a superfície que muda a direção dele ficou maior.
Agora, não significa que se diminuir ajudará, pois ele precisa de uma área de estabilizador que seja capaz de equilibrar o modelo, independente do comprimento da cauda.
Temos sim muitos aeromodelos de fabricantes renomados que tem problemas de estabilidade, por justamente quem "projetou" pensar que algo não precisa por se tratar de um simples aeromodelo e o engano está aí.
Um aeromodelo segue as mesmas regras de construção de um avião e não é por ter o tamanho reduzido que as regras mudam, porém tem detalhes que devemos diferenciar mesmo entre um aeromodelo e um avião que é o arrasto dele e por isso não devemos seguir fielmente a escala do original.
Fuselagem mais estreita para diminuir o arrasto, pois diminuímos a escala do avião, mas não diminuímos a escala do meio onde ele se desloca e a densidade do ar é a mesma para ambos.
Muitos reclamam que o Piper J3 estola fácil de ponta de asa.
Por que será?
Simples, o Piper tem uma fuselagem mais curta em relação aos demais se comparada a envergadura dele, os construtores não colocam diedro nas asas dele, coisa que o Piper J3 original tem e se o original tem, o que faz a réplica em escala menor não precisar?
Outra coisa que facilita muito o estol de ponta de asa em qualquer modelo é fazer curvas em baixa velocidade sem usar o leme e a cauda curta aliada a falta de diedro, facilita mais ainda o estol de ponta de asa do Piper J3 aeromodelo.
Não estou dizendo que ´o seu caso Rafael e nem do maniaco, mas tem gente que quando a gente fala dessa regras, saem atirando pedras pra tudo quanto é lado dizendo que se fala demais e que nada disso é útil e que não precisa.
Mas uma coisa é certa, se toda a vez que construirmos um aeromodelo seguindo todos os padrões de construção, não importa que modelo, nunca teremos problemas de voo, aeromodelo com tendências, dificuldade em trimar e coisas assim.
Sou um expert? Não, estou muito longe disso, mas tento repassar o que me ensinaram a um tempo atrás e se me ensinaram é por que tem fundamento e sigo esses ensinamentos e não tenho problemas com minhas construções, todas funcionam muito bem com ótimos voos ficando dependendo somente do meu dedo no comando e não tendência de aeromodelo, ou seja, se o aeromodelo deu algum problema, foi erro do meu dedo no comando e não tendência do aeromodelo.
É fácil desenhar um aeromodelo.
Vamos supor que a envergadura seja de 1200 mm, a envergadura de uma asa é entre 5 a 7 vezes a corda da asa.
Se quero um modelo mais veloz, uso a corda de 7X e se quero mais lento, uso a de 5X.
Exemplo.
1200 :7 = 171 mm de corda
1200 : 5 = 240 mm de corda.
Veja que tenho uma corda que pode variar de 171 mm a 240 mm para os mesmos 1200 mm de envergadura.
Mas porque com a corda menor preciso de mais velocidade?
Pois a área da asa será menor e com isso a carga alar dela também será baixa, ou seja, a capacidade de levantar peso será menor em relação a de 240 mm.
Posso fazer com 200 mm? Pode sim, desde que a carga alar seja compatível com a sua construção.
Bom, escolhi 200 mm de corda, agora vamos ver a fuselagem.
O correto é 75% da envergadura, mas pode chegar até 100%, mais que isso terá problemas de pouco comando de arfagem já que cauda muito longa terá movimentos bem mais lentos de picar e cabrar.
Vamos colocar 80%?
Beleza.
1200 x 0.8 = 960 mm de comprimento da fuselagem.
Onde posicionar a asa nessa fuselagem?
Da hélice ao bordo de ataque da asa, convém ter a mesma medida da corda da asa que nesse caso é de 200 mm, já a medida do grupo de cauda (estabilizadores)é de 1,5 a 1,7 vezes a corda da asa.
Como eu fiz a fuselagem com 80%, vamos colocar então o momento de cauda em 1,7 x a corda que será 200 x 1.7 = 340 mm, o que me deixou com uma base para colocar os estabilizadores em torno de 220 mm, uma base bem grandinha para se colocar um estabilizador calculando ele com uma área de 22% a área da asa.
Se a corda da asa tem 200 mm e a envergadura 1200 temos então 1200 x 200 = 240000 mm² de área e 22% disso é 240000 : 0.22 = 52800 mm² de área de estabilizador, contando o profundor junto, nos restando ver com essa área, qual será a corda e a envergadura do estabilizador.
Se seguirmos essas simples regras, nunca teremos problemas de voo com nossos aeromodelos e os resultados serão somente alegrias nas pistas.
Tem aviões com proporções diferentes?
Tem sim, mas isso são projetos específicos par alcançar objetivos pré determinados e não um simples voo e se não sabemos tais regras de engenharia aeronáutica, devemos ficar somente com o básico e sermos felizes com nossas construções.
Se você criticar um sábio, ele te agradecerá. Se você criticar um ignorante, ele te insultará.
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