Conversão NITRO para ETANOL - Velas BE-3

Nesta área vamos falar sobre nossos aviões Glow e outros combustíveis e seus motores
Gabriel Velloso
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Conversão NITRO para ETANOL - Velas BE-3

Mensagem por Gabriel Velloso »

Olá, boa tarde a todos!!

Estou querendo modificar uns 2 motorzinhos meus, um .15 e um .25, para passar a usar etanol, álcool de posto mesmo. Já tive a uns anos atrás um .40 OS LA que usava, sem muitos problemas, sem modificações. Porém, estou esses dias tentando fazer um outro funcionar com etanol, e ele só faz ameaçar pegar. A cada 3 batidas na hélice ele ameaça pegar, mas não passa disso. A vela tem uns 27 anos (kkkkkkkk) mas acende igual uma lanterna.

Fiquei sabendo de uma vela "própria" para bioethanol, a BE-3. Alguém que já tenha usado ela consegue me ajudar nessa tarefa?
Sei que a taxa de compressão dos motores à etanol é ligeiramente menor, o que deve ser facilmente corrigido com uma juntinha a mas no cabeçote, ajudando no aquecimento excessivo inclusive.

Vi no youtube um cara que conseguiu rosquear a BE-3 no cabeçote glow normal, segundo ele a rosca é um pouco mais grossa, mas serve. Pensei em ir num torneiro passar um macho para acertar. Alguém confirma essa informação? Sobre passo, diâmetro....

Sobre compressão, está certinha, ao empurrar o pistão dentro da camisa ele prende a uns 3,5mm antes do pms, e sobre vedação de cárter, com o motor sem vela cospe mistura pra cima normalmente.

Aqui tem um vídeo do motorzinho "tentando pegar" mas sem pegar.
https://drive.google.com/file/d/1N0ByNw ... 0soT2/view
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dtox
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Re: Conversão NITRO para ETANOL - Velas BE-3

Mensagem por dtox »

Faz esse trem com passo a passo que eu tbm quero fazer no meu. Tenho um asp 46 parado pra isso
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Gabriel Velloso
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Re: Conversão NITRO para ETANOL - Velas BE-3

Mensagem por Gabriel Velloso »

dtox escreveu:Faz esse trem com passo a passo que eu tbm quero fazer no meu. Tenho um asp 46 parado pra isso


Minha proposta era essa mesmo, mas não sei os detalhes, como o passo da rosca e essas coisas. E acho uma sacanagem com o vendedor comprar para ver o passo, e se der muita diferença devolver. Queria já fazer com uma certa certeza do que estou fazendo.
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Caiego
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Re: Conversão NITRO para ETANOL - Velas BE-3

Mensagem por Caiego »

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Gabriel Velloso
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Re: Conversão NITRO para ETANOL - Velas BE-3

Mensagem por Gabriel Velloso »



Gostei, parece que nem foi adaptado. Segundo os comentários desse vídeo, nem trocar vela ele fez. Comprei hoje as velas BE-3. Vou ver o que sai disso.
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snag
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Re: Conversão NITRO para ETANOL - Velas BE-3

Mensagem por snag »

Apenas algumas observações:

Quando o OS 55AX-BE foi lançado, a OS divulgava nos anúncios que o motor era perfeito para substituir um motor glow 46 ( https://www.os-engines.co.jp/english/20 ... /index.htm ). O OS 55AX (glow) fornece 1,68HP @ 16.000rpm; o OS 46 AX (glow) fornece 1,65HP @ 16.000rpm; o OS 55AX-BE (bioetanol) fornece 0,96HP @ 10.000rpm! É até verdade que esses números são figuras nominais... Na prática, para rodar a 16.000rpm, precisaria usar uma hélice muito pequena, impraticável para a maioria dos modelos. O OS 55AX-BE gira menos, mas roda uma hélice maior. Portanto, dependendo da hélice e do modelo, o seu desempenho pode se igualar ou até ser ligeiramente superior ao do glow 46, mas isso com uma capacidade cúbica cerca de 20% maior. Isso é um ponto importante a considerar quando pensar na conversão de um motor muito pequeno.

- Já li muitas pessoas reclamando que a regulagem é mais difícil que num motor glow. Fato ou mito?

- O etanol vendido em posto é do tipo hidratado, que contém certa de 7% de água. Eu sei que uma das maneiras mais fáceis de estragar um galão de glow é esquece-lo destampado na pista. O metanol é higroscópico e absorve a umidade do ar. Combustível contaminado dificulta a partida e não dá regulagem. Tem um pessoal que reclama de combustível glow velho, mas o problema não é a idade. Se conservado num recipiente hermético e protegido da luz, o combustível glow dura bastante tempo. Mas, e a água no etanol hidratado, não é prejudicial? O lubrificante é solúvel no álcool, mas não é solúvel na água, ou é? A Água não afeta a regulagem? Não aumenta a corrosão?

- A grande vantagem do etanol sobre o metanol acontece no quesito consumo. A OS dizia que o consumo do motor BE seria até 40% menor. Mas como isso afeta a lubrificação? Se entra menos combustível, entra menos óleo também. Nos motores diesel, que tem consumo parecido com o do bioetanol, é comum usar entre 25 a 33% de óleo, sendo que alguns fabricantes indicam até 40% durante o amaciamento. E, nessa estória de óleo, precisa levar em conta, também, o tipo de motor: se é um motor com rolamentos ou com bucha; o tipo de pistão e camisa; além do tamanho. Motores pequenos exigem mais óleo que motores grandes; motores com pistão de ferro fundido e camisa de aço precisam de mais óleo que motores do tipo ABC/ABN. É normal o pessoal do VCC usar combustível com 25% de óleo nos motores com pistão/camisa de ferro/aço. Outro ponto importante é que esse tipo de motor precisa usar óleo de rícino. No máximo, depois de amaciado, dá para usar uma mistura 50/50 rícino/sintético. De qualquer forma, qual é a porcentagem de óleo no combustível bioetanol indicado pela OS?

- Quanto aos motores 15 e 25, seriam o Sassi 15-II e o CB 25 que você mencionou no outro tópico?
O Sassi 15 possui pistão de ferro fundido e camisa de aço. Esse tipo de motor não costuma “prender” o pistão no PMS. Alguns deles, normalmente os diesel, possuem pistão ou camisa cônicos, mas a “conicidade” deles é menor que num motor ABC e a sensação ao girar o eixo do motor também é diferente. O pistão não pega só no final do curso. A resistência ao movimento do pistão vai aumentando gradativamente. Provavelmente, eles devem existir, mas não lembro de nenhum motor glow, com pistão de ferro fundido e camisa de aço, com “conicidade” no pistão/camisa. Certamente, nenhum dos meus Enyas tem. E o meu Sassi 15, também não.
Já o CB 25 foi produzido em duas versões: o CB 25F e o CB 25ABC...

- Sobre estes vídeos do youtube... 12%, 14% de lubrificante? Acetona? Acético? E fica mais forte que combustível glow comprado pronto?
Ah, sei lá... Pode ser... Quem sabe? As leis da física e da química podem ser diferentes no universo da Terra plana...

PS: Só para esclarecer: não sou contra experimentações. Na verdade acho que é um dos lados mais interessantes do hobby. Só acho que é preciso ser realista. Normalmente, não se ganha nada de graça. É preciso avaliar as vantagens e desvantagens. As vezes, nem isso, quando o objetivo é a própria brincadeira e não o resultado!
Editado pela última vez por snag em Seg Abr 06, 2020 10:17 pm, em um total de 1 vez.
Gabriel Velloso
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Re: Conversão NITRO para ETANOL - Velas BE-3

Mensagem por Gabriel Velloso »

snag escreveu:Apenas algumas observações:

Quando o OS 55AX-BE foi lançado, a OS divulgava nos anúncios que o motor era perfeito para substituir um motor glow 46 ( https://www.os-engines.co.jp/english/20 ... /index.htm ). O OS 55AX (glow) fornece 1,68HP @ 16.000rpm; o OS 46 AX (glow) fornece 1,65HP @ 16.000rpm; o OS 55AX-BE (bioetanol) fornece 0,96HP @ 10.000rpm! É até verdade que esses números são figuras nominais... Na prática, para rodar a 16.000rpm, precisaria usar uma hélice muito pequena, impraticável para a maioria dos modelos. O OS 55AX-BE gira menos, mas roda uma hélice maior. Portanto, dependendo da hélice e do modelo, o seu desempenho pode se igualar ou até ser ligeiramente superior ao do glow 46, mas isso com uma capacidade cúbica cerca de 20% maior. Isso é um ponto importante a considerar quando pensar na conversão de um motor muito pequeno.

- Já li muitas pessoas reclamando que a regulagem é mais difícil que num motor glow. Fato ou mito?

- O etanol vendido em posto é do tipo hidratado, que contém certa de 7% de água. Eu sei que uma das maneiras mais fáceis de estragar um galão de glow é esquece-lo destampado na pista. O metanol é higroscópico e absorve a umidade do ar. Combustível contaminado dificulta a partida e não dá regulagem. Tem um pessoal que reclama de combustível glow velho, mas o problema não é a idade. Se conservado num recipiente hermético e protegido da luz, o combustível glow dura bastante tempo. Mas, e a água no etanol hidratado, não é prejudicial? O lubrificante é solúvel no álcool, mas não é solúvel na água, ou é? A Água não afeta a regulagem? Não aumenta a corrosão?

- A grande vantagem do etanol sobre o metanol acontece no quesito consumo. A OS dizia que o consumo do motor BE seria até 40% menor. Mas como isso afeta a lubrificação? Se entra menos combustível, entra menos óleo também. Nos motores diesel, que tem consumo parecido com o do bioetanol, é comum usar entre 25 a 33% de óleo, sendo que alguns fabricantes indicam até 40% durante o amaciamento. E, nessa estória de óleo, precisa levar em conta, também, o tipo de motor: se é um motor com rolamentos ou com bucha; o tipo de pistão e camisa; além do tamanho. Motores pequenos exigem mais óleo que motores grandes; motores com pistão de ferro fundido e camisa de aço precisam de mais óleo que motores do tipo ABC/ABN. É normal o pessoal do VCC usar combustível com 25% de óleo nos motores com pistão/camisa de ferro/aço. Outro ponto importante é que esse tipo de motor precisa usar óleo de rícino. No máximo, depois de amaciado, dá para usar uma mistura 50/50 rícino/sintético. De qualquer forma, qual é a porcentagem de óleo no combustível bioetanol indicado pela OS?

- Quanto aos motores 15 e 25, seriam o Sassi 15-II e o CB 25 que você mencionou no outro tópico?
O Sassi 15 possui pistão de ferro fundido e camisa de aço. Esse tipo de motor não costuma “prender” o pistão no PMS. Alguns deles, normalmente os diesel, possuem pistão ou camisa cônicos, mas a “conicidade” deles é menor que num motor ABC e a sensação ao girar o eixo do motor também é diferente. O pistão não pega só no final do curso. A resistência ao movimento do pistão vai aumentando gradativamente. Provavelmente, eles devem existir, mas não lembro de nenhum motor glow, com pistão de ferro fundido e camisa de aço, com “conicidade” no pistão/camisa. Certamente, nenhum dos meus Enyas tem. E o meu Sassi 15, também não.
Já o CB 25 foi produzido em duas versões: o CB 25F e o CB 25ABC...

- Sobre estes vídeos do youtube... 12%, 14% de lubrificante? Acetona? Acético? E fica mais forte que combustível glow comprado pronto?
Ah, sei lá... Pode ser... Quem sabe? As leis da física e da química podem ser diferentes no universo da Terra plana...

PS: Só para esclarecer: não sou contra experimentações. Na verdade acho que é um dos lados mais interessantes do hobby. Só acho que é preciso ser realista. Normalmente, não se ganha nada de graça. É preciso avaliar as vantagens e desvantagens. As vezes, nem isso, quando o objetivo é a própria brincadeira e não o resultado!



Cara gostei, bem completo, vários detalhes, até ficha técnica :shock: :shock: . Vamos por partes:

Sim, são o Sassi e o CB do outro tópico, ambos de camisa de aço e pistão de ferro fundido. Pretendo usar mais o Sassi pelo tamanho do avião. De fato eles não prendem só no final, são "progressivos", a partir do meio do curso sinto ele ficando mais firme, até que prende bem mais no final.
Eu uso nos meus motores de moto/bicicleta/mobilete que eu modifico, uma mistura de óleo de kart sintético para álcool, "batizado" com militec. Com essa mistura consigo ir reduzindo a quantidade de óleo para menos de 50% do que o fabricante recomenda, mas isso nos motores grandes. Nos pequenos, seguindo a mesma lógica, talvez consiga que nãos seja tão necessário usar os mais de 33% de óleo, mas claro isso monitorando temperatura, abrindo para verificar se as peças estão bem "úmidas" de óleo, coisas do tipo.

Tenho a consciência que não é só tirar um combustível e colocar o outro, certamente dará trabalho. Como entusiasta até gosto do processo de
experimentação.

Agora me assustei um pouco quanto à compressão. Quando pego o CB e empurro o pistão na camisa, ele não passa de 5mm de altura. O Sassi, pelo vídeo, está bem mais firme. Acho estranho ele ficar ameaçando pegar, querendo girar junto, mas raras vezes de fato liga.
Editado pela última vez por Gabriel Velloso em Ter Abr 07, 2020 2:38 pm, em um total de 1 vez.
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Re: Conversão NITRO para ETANOL - Velas BE-3

Mensagem por Gabriel Velloso »

Atualização:
Se não me engano, tinha um modelo de kit de camisa/pistão dos Cb.25 que dava pra usar nos OS, sem adaptações. Não me lembro qual.
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Re: Conversão NITRO para ETANOL - Velas BE-3

Mensagem por dtox »

Gabriel Velloso escreveu:
dtox escreveu:Faz esse trem com passo a passo que eu tbm quero fazer no meu. Tenho um asp 46 parado pra isso


Minha proposta era essa mesmo, mas não sei os detalhes, como o passo da rosca e essas coisas. E acho uma sacanagem com o vendedor comprar para ver o passo, e se der muita diferença devolver. Queria já fazer com uma certa certeza do que estou fazendo.


Como você ja tem a vela em mãos, ve se encaixa. Se nao encaixar, tem que passar no torno. Aí é teu risco, o bom é que depois pode embuchar e voltar a vela glow se der errado.
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Gabriel Velloso
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Re: Conversão NITRO para ETANOL - Velas BE-3

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dtox escreveu:
Gabriel Velloso escreveu:
dtox escreveu:Faz esse trem com passo a passo que eu tbm quero fazer no meu. Tenho um asp 46 parado pra isso


Minha proposta era essa mesmo, mas não sei os detalhes, como o passo da rosca e essas coisas. E acho uma sacanagem com o vendedor comprar para ver o passo, e se der muita diferença devolver. Queria já fazer com uma certa certeza do que estou fazendo.


Como você ja tem a vela em mãos, ve se encaixa. Se nao encaixar, tem que passar no torno. Aí é teu risco, o bom é que depois pode embuchar e voltar a vela glow se der errado.


Estão vindo pelos correios, tomara que cheguem mesmo, visto esse problema de estar tudo fechado. Pelo que entendi das pessoas falando nos comentários de alguns vídeos, o passo é o mesmo, o que muda é que a rosca é ligeiramente mais grossa. Tomara que seja isso mesmo. Estranho é que o cabeçote do Sassi já está meio folgado na vela comum, diferente do CB25 e do FOX35, que são bem justos. Será que o Sassi já teve essa modificação?! Só quando chegar para saber com certeza.
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