Por que um ESC de 60A queimou?
- alexcmag
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Não dá para testar o motor com multímetro, a resistência é tão baixa que dá praticamente a mesma coisa testando o motor ou com as pontas de prova em curto.
A melhor maneira é a que nosso colega escandinavo Von postou, usando uma furadeira para girar o motor e medindo a tensão entre cada par de fios, que deve ser sempre a mesma.
Já vi muito ESC queimado, mas poucas vezes queimei algum meu.
Nos meus, sei exatamente o que aconteceu:
2 por servos com pico de consumo muito alto (que arriou o BEC e deixou os FETs conduzindo sem saturar);
1 por ruído bravo de rádio, os sucessivos trancos no motor superaqueceram o diodo schotky (era brushed), que entrou em curto e torrou o FET.
Fora estes, já consertei muitos em que o dono errou na hélice (usou 10x8 SlowFly em vez de 10x8HD e o consumo foi quase o dobro), ou por motor shing-ling em curto, por superaquecimento, ...
Poucos ESCs têm proteção, na verdade acho que só os Castle e um ou outro top de outros fabricantes.
Já consertei JETI, não tinha proteção alguma contra sobrecorrente, mas foi fácil e barato de consertar, aproveitei para colocar FETs realmente bons e triplicar a capacidade.
Já tentei consertar Hyperion, mas em vez de poucos FETs bons o dito cujo usava quase uma centena de FETs meia-boca. Bastou um FET meia-boca superaquecer e entrar em curto para causar uma reação em cadeia...
Por isto gosto de ESCs pequenos (poucos FETs) e bem dimensionados (uns 50% acima da corrente máxima do motor).
A melhor maneira é a que nosso colega escandinavo Von postou, usando uma furadeira para girar o motor e medindo a tensão entre cada par de fios, que deve ser sempre a mesma.
Já vi muito ESC queimado, mas poucas vezes queimei algum meu.
Nos meus, sei exatamente o que aconteceu:
2 por servos com pico de consumo muito alto (que arriou o BEC e deixou os FETs conduzindo sem saturar);
1 por ruído bravo de rádio, os sucessivos trancos no motor superaqueceram o diodo schotky (era brushed), que entrou em curto e torrou o FET.
Fora estes, já consertei muitos em que o dono errou na hélice (usou 10x8 SlowFly em vez de 10x8HD e o consumo foi quase o dobro), ou por motor shing-ling em curto, por superaquecimento, ...
Poucos ESCs têm proteção, na verdade acho que só os Castle e um ou outro top de outros fabricantes.
Já consertei JETI, não tinha proteção alguma contra sobrecorrente, mas foi fácil e barato de consertar, aproveitei para colocar FETs realmente bons e triplicar a capacidade.
Já tentei consertar Hyperion, mas em vez de poucos FETs bons o dito cujo usava quase uma centena de FETs meia-boca. Bastou um FET meia-boca superaquecer e entrar em curto para causar uma reação em cadeia...
Por isto gosto de ESCs pequenos (poucos FETs) e bem dimensionados (uns 50% acima da corrente máxima do motor).
Bruno,
O consumo não é linear com a posição do stick... segue um gráfico do consumo (%) em função da posição do acelerador (%). Apesar da curva ter sido obtida utilizando o motor Emax 2820 920kv, poderá ser utilizada como aproximação para qualquer motor brushless outrunner.
No seu caso a posição do acelerador em 60% corresponde a um consumo de 46% do total. Assim,
46% -> 42A
100% -> I
Logo com 100% de aceleração o consumo estático será I = 91A, o que está muito acima do limite do Speed!!!
Mesmo se levarmos em conta que o consumo será menor em vôo, ainda assim estará muito acima do limite do speed!!!
Recomendo medir o consumo com 100% de aceleração antes de voar afim de evitar problemas, procurando ficar sempre abaixo dos limites do speed, motor e bateria!
Abraços,
Caio
O consumo não é linear com a posição do stick... segue um gráfico do consumo (%) em função da posição do acelerador (%). Apesar da curva ter sido obtida utilizando o motor Emax 2820 920kv, poderá ser utilizada como aproximação para qualquer motor brushless outrunner.
No seu caso a posição do acelerador em 60% corresponde a um consumo de 46% do total. Assim,
46% -> 42A
100% -> I
Logo com 100% de aceleração o consumo estático será I = 91A, o que está muito acima do limite do Speed!!!
Mesmo se levarmos em conta que o consumo será menor em vôo, ainda assim estará muito acima do limite do speed!!!
Recomendo medir o consumo com 100% de aceleração antes de voar afim de evitar problemas, procurando ficar sempre abaixo dos limites do speed, motor e bateria!
Abraços,
Caio
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ESC
Desculpem aí, errei no valor da corrente. No teste de bancada a corrente foi de 34A a 60% quando cortei a aceleração. Segue o gráfico.
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- 3714-4S-ESC60A-10x60.jpg (37.01 KiB) Exibido 8005 vezes
Alexandre Araripe
Universidade Federal da Bahia
Instituto de Física
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- fabiofleal
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Sacanagem... Um dia antes, o cara era só dente de tanto sorriso com o BRinquedão novo e sua performance.
No dia seguinte... o ESC faz essa.
O curioso é ver que tem ESC's que aparentemente vão morrendo aos poucos. Isso aconteceu com 2 escovados, um RcSmart e um Mystery meus: Iam aparecendo cada vez mais falhas até que eles morriam de vez. Em todos os casos, os meus pifaram por superaquecimento.
Araripe, como eu lhe disse na hora, aquele dissipador do seu ESC vem montado de uma forma que as aletas ficam perpendiculares ao fluxo de ar. Isso não funciona, porque é necessário um fluxo de ar entre elas, de forma que o calor flua pelas aletas em toda a sua superfície, como nas carcaças dos grande motores elétricos refrigerados a ar. As dimensões das aletas são (infernalmente) calculadas p/ dar "vazão" ao calor que o diddipador recebe do ESC. Acabei de voltar a 1998 e de me lembrar da professora de transferencia de calor. Bota calor nisso... Era a aula que a turma menos faltava.
No dia seguinte... o ESC faz essa.
O curioso é ver que tem ESC's que aparentemente vão morrendo aos poucos. Isso aconteceu com 2 escovados, um RcSmart e um Mystery meus: Iam aparecendo cada vez mais falhas até que eles morriam de vez. Em todos os casos, os meus pifaram por superaquecimento.
Araripe, como eu lhe disse na hora, aquele dissipador do seu ESC vem montado de uma forma que as aletas ficam perpendiculares ao fluxo de ar. Isso não funciona, porque é necessário um fluxo de ar entre elas, de forma que o calor flua pelas aletas em toda a sua superfície, como nas carcaças dos grande motores elétricos refrigerados a ar. As dimensões das aletas são (infernalmente) calculadas p/ dar "vazão" ao calor que o diddipador recebe do ESC. Acabei de voltar a 1998 e de me lembrar da professora de transferencia de calor. Bota calor nisso... Era a aula que a turma menos faltava.
- alexcmag
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O pifar aos poucos é porque todo compontente tem um limite de temperatura, quando se ultrapassa por pouco seguidas vezes ele vai deteriorando e trabalhando cada vez pior, até pifar de vez.
Não sou muito chegado a ESCs com dissipador de calor. Prefiro os que não os têm, geralmente significa que usaram FETs melhores.
Principalmente no caso de 60A, que é uma corrente relativamente pequena para os FETs atuais.
Não sou muito chegado a ESCs com dissipador de calor. Prefiro os que não os têm, geralmente significa que usaram FETs melhores.
Principalmente no caso de 60A, que é uma corrente relativamente pequena para os FETs atuais.
- Marco Antonio
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[quote:ecec708f97="alexcmag"]O pifar aos poucos é porque todo compontente tem um limite de temperatura, quando se ultrapassa por pouco seguidas vezes ele vai deteriorando e trabalhando cada vez pior, até pifar de vez.
Não sou muito chegado a ESCs com dissipador de calor. Prefiro os que não os têm, geralmente significa que usaram FETs melhores.
Principalmente no caso de 60A, que é uma corrente relativamente pequena para os FETs atuais.[/quote:ecec708f97]
Castle.. esse eu sempre recomendo, é mais caro mas cumpre o prometido, e tirando algum problema de produção(não vi nenhum até agora) ou defeito de componente(tb não vi nenhum), eles nunca dão dor de cabeça.
A unica vez que fiquei com o nariz torto com alguma coisa deles foi o programa de ajuste... eu usava a versão 4(e uso até hoje ) passei pra versão superior e o motor rateava... testei de tudo e nada até voltar a versão 4.o1 e nunca mais tive problema
Não sou muito chegado a ESCs com dissipador de calor. Prefiro os que não os têm, geralmente significa que usaram FETs melhores.
Principalmente no caso de 60A, que é uma corrente relativamente pequena para os FETs atuais.[/quote:ecec708f97]
Castle.. esse eu sempre recomendo, é mais caro mas cumpre o prometido, e tirando algum problema de produção(não vi nenhum até agora) ou defeito de componente(tb não vi nenhum), eles nunca dão dor de cabeça.
A unica vez que fiquei com o nariz torto com alguma coisa deles foi o programa de ajuste... eu usava a versão 4(e uso até hoje ) passei pra versão superior e o motor rateava... testei de tudo e nada até voltar a versão 4.o1 e nunca mais tive problema
Aviso: Usuário ainda mais Raivoso! Chegou 2014, daqui pra frente a coisa só piora!!! BUUUUU!!!
Fabio,
Até admito que vc está certo mas não acho que isso tenha influenciado no problema. No dia anterior voei muito mais tempo, exigindo muito mais do ESC e o mesmo estava completamente frio após o vôo.
Mas, muito interessante essa observação de Alexcmag. O MOSFET do Mystery 60A é o FDD 8896 e o ESC é, naturalmente shing-ling. É mais negócio colocar um dissipador do que MOSFETs de qualidade e mais caros.
Mas, continuo sem saber o que aconteceu. Hoje vou ver se consigo testar o motor para ver se não houve curto nas espiras. Por outro lado, ainda estou em dúvida por que um curto nas espiras faria o ESC queimar? Considerando que a resistência do fio do enrrolamento é tão pequena, a existência de um curto que provoque a diminuição do tamanho do enrrolamento não deveria influir tanto na resistência total. Estou errado? Uma coisa é curto outra é o rompimento das espiras que provocariam a parada do motor mas não uma sobrecarga de corrente (drenagem) no ESC.
De qq maneira, uma coisa que notei após pousar é que o ESC estava muito quente e esquentando mais. Só depois que desliguei a bateria é que começou a esfriar. Ou seja, mesmo com o motor parado os MOSFETs estavam drenando corrente.
Tá difícil.
Até admito que vc está certo mas não acho que isso tenha influenciado no problema. No dia anterior voei muito mais tempo, exigindo muito mais do ESC e o mesmo estava completamente frio após o vôo.
Mas, muito interessante essa observação de Alexcmag. O MOSFET do Mystery 60A é o FDD 8896 e o ESC é, naturalmente shing-ling. É mais negócio colocar um dissipador do que MOSFETs de qualidade e mais caros.
Mas, continuo sem saber o que aconteceu. Hoje vou ver se consigo testar o motor para ver se não houve curto nas espiras. Por outro lado, ainda estou em dúvida por que um curto nas espiras faria o ESC queimar? Considerando que a resistência do fio do enrrolamento é tão pequena, a existência de um curto que provoque a diminuição do tamanho do enrrolamento não deveria influir tanto na resistência total. Estou errado? Uma coisa é curto outra é o rompimento das espiras que provocariam a parada do motor mas não uma sobrecarga de corrente (drenagem) no ESC.
De qq maneira, uma coisa que notei após pousar é que o ESC estava muito quente e esquentando mais. Só depois que desliguei a bateria é que começou a esfriar. Ou seja, mesmo com o motor parado os MOSFETs estavam drenando corrente.
Tá difícil.