Montagem para apreciar

Nos aeromodelos de vôo livre reside a verdadeira ciência do aeromodelismo: a arte de construir, preparar e trimar um modelo para voar sozinho, sem interferência humana. Elétricos, à elástico ou catapultados, este é o lugar!
Daniel Lauar
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Mensagem por Daniel Lauar »

27, 28/06/2008

Me desculpem os colegas que me acharem um tanto quanto taxativo, ou extremista, mas aqui podemos presenciar a essência do aeromodelismo. Tenho consciência de que não tenho gabarito para escrever sobre o assunto com a autoridade que vou escrever, mas se acompanharem até o final verão que darei uma boa justificativa para qual!
Quem nunca construiu um aeromodelo, por mais simples que seja, seja ele de vôo livre, elástico, rádio controle, não entenderá as reações da máquina diante as ações do homem e os porquês dos "acontecimentos". Daí você pega um avião lindo, e estola de ponta de asa! Faz um looping (quase quadrado!), e fecha asa em pleno vôo!
O aeromodelismo vai além do vôo, da "brincadeira" com pequenas máquinas, algumas que realmente voam, outras (grande maioria) que só se sustentam no ar...Por trás desse hobby existe uma grande ciência, uma interação física, química, e desde então, também humana. E pelo nosso caráter racional, devemos ao menos ter a curiosidade de conhecer estes fatores que são básicos para o desempenho dessas máquinas que apreciamos, se possível, determos também o conhecimento, e quem sabe um dia, o domínio.
Quando se chega à um nível de construção como essa que foi apresentada, não tenha dúvidas de que o cara sabe o que está fazendo! De forma alguma é desconsiderável o talento manual e a arte do construtor...Mas o conhecimento técnico, aliado à bagagem prática acumulada pelo artesão (e realmente o construtor é um artesão) enquanto construtor e piloto, fazem a diferença!
O empirismo na aviação e, em decorrência, no aeromodelismo, fez e faz a teoria que conhecemos atualmente sobre a mesma...
Acredito que seria "burrice" nossa não aproveitarmos desse conhecimento disponibilizado e provado pelo tempo e pelo sacrifício de tantas pessoas. Assim como diz o meu amigo Lavoisier, seria "reinventarmos a roda"! Ora, mas para quê reinventarmos a roda, quando podemos utilizá-la e fazermos um carro? E esse conhecimento todo disponibilizado, foi em vão?
Essa é a minha crítica ao aeromodelismo que vejo não só nos clubes que conheço, mas também na internet.
É muito interessante ver a quantidade de gente que aprecia a aviação e o aeromodelismo (lembrando que são totalmente distintos), e não faz, e nem quer fazer a mínima noção do que há por trás disso tudo.
Todo mundo já chega querendo voar! Realmente o vôo é fascinante. Talvez por não ser uma coisa do homem, como me disse minha mãe ao telefone anteontem.
O vôo é uma interação homem-máquina. Ora, podemos até dirigirmos um carro sem conhecermos o que está acontecendo no motor do mesmo, ou o funcionamento de uma caixa de marchas.
Mas uma vez que buscamos excelência nisso se torna obrigatório conhecermos os mesmos para tirarmos o maior rendimento possível.
Como diz meu amigo Scofield, na aviação não se tem "8 ou 80", é "100 ou 100"!
Uma vez que o aeromodelismo perdoa "erros" de pequenos á médios, e aí eu retomo a crítica feita anteriormente quando disse que algumas máquinas realmente voam, enquanto a grande maioria apenas se sustentam no ar, não quer dizer que não devemos buscar a excelência.
Para termos máquinas de alto rendimento, aeromodelos excelentes, devemos conhecer o suficiente para produzi-los e pilotá-los!
Lembro a você que está lendo que os maiores projetistas, tanto de aviões (Burt Rutan, Joseph Kovács) quanto de aeromodelo (Carl Goldberg, Hanno Prettner, Joe Bridi) são também grandes pilotos, pelo fato de terem conhecimento sobre o que lidam, e em conseqüência disso, também o que sabem o que buscam em seus projetos.
Portanto, concluo com um raciocínio que justifica esse texto um tanto quanto autoritário e ao mesmo tempo um apelo pelo nosso próprio bem enquanto aeromodelistas e pessoas.
Reflitamos! De nada adianta termos os melhores aeromodelos se não soubermos utilizá-los totalmente, e para sabermos utilizá-los, temos que conhecê-los em sua essência! Então, busquemos o conhecimento para obtermos excelência, maior rendimento possível.
Isso não se aplica somente ao aeromodelismo, mas à vida! Conheça ao mínimo as coisas de que gosta. Em nenhum momento digo, entenda, domine, mas sim, conheça!
Conhecimento é cultura.
E para fechar, se você for radical nesse ponto como eu, seja também adepto da frase de um sábio e professor que conheci aqui em Juiz de Fora: "Conhecer para quê? Conhecer para conhecer, ora! Precisa de motivo melhor que esse?"
Seja aeromodelista, e não piloto de aeromodelo!

Daniel Figueredo Lauar

Mais uma vez peço desculpas aos colegas que me acharem taxativo, extremista, autoritário, maçante, e mais ainda aos que não se encaixam nesse padrão. Encarem como uma avaliação-crítica-construtiva generalizada. O grande motivo de ter redigido esse texto é o fato de que nesses 3 anos e 16 dias que acompanho o site www.e-voo.com , sempre percebi essa característica que critico no texto. Todos apreciam belas construções e belos modelos, mas muito poucos buscam esses modelos e esse nível de construção, assim como muito poucos entendem realmente o aeromodelismo e com isso deixam de ser realmente aeromodelistas para serem apenas pilotos de aeromodelos!
Construir é arte...Voar faz parte...
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Alexandre Cruz
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Mensagem por Alexandre Cruz »

Concordo em cada palavra Daniel. Ser piloto de aeromodelo é muito diferente de ser aeromodelista mas acho que isso vem em parte com a facilidade de se comprar um modelo pronto que teriamos capaciade de construir (sem tentar então....). Acho que o número de aeromodelistas é mais ou menos o mesmo de anos atrás, o que aumentou foi o número de politos.

De qualquer forma ainda para não poluir o tópico estou curioso para saber se exite alguma categoria pra isso, parece que ele tentou construir com o mesmo número de peças do real, se não me engano no vôo livre escala tem uma categoria assim.
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Eduardo Yamin
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Mensagem por Eduardo Yamin »

Muito bom o texto Daniel, permita-me citar apenas o que julgo necessário e ainda não dito: O cara faz, e DIVULGA impecável e detalhadamente todo seu trabalho, isso me lembra um cara chamado Santos Dumond que não só fez mas divulgou seu trabalho para quem quisesse ver e experimentar.

Seja um Santos Dumond não "um" Irmãos Wright !
a1a_terabyte
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Mensagem por a1a_terabyte »

[quote="Daniel Lauar"]27, 28/06/2008[/quote]

Daniel,

Apreciei sua explanação, e vc chegou ao centro da questão. Estamos vivendo uma revolução industrial no aeromodelismo em geral, e principalmente nesses últimos 5 anos. Sou construtor de aeromodelos há 27 anos, e sei que o aprendizado é lento e exige muita autocrítica, agora com os "modelos prontos para voar" mais baratos, o acesso se popularizou e os pilotos também, não sou contra ao uso de carbono, Lipo, kevlar e ao novo, uso tudo isso com parcimônia e equilíbrio, sou contra a massificação absoluta. Aqui em casa tenho modelos de isopor e de balsa com entelagem antiga, e não sou extremista, e ninguém aqui o é, mas sinto como vc a necessidade de avisar as gerações que chegam do risco da dependência total dos kits prontos, e da real necessidade de usar o aeromodelismo como fonte de prazer, crescimento pessoal e inter pessoal, senão é mais fácil comprar o ultimo X-box e ficar em casa....

Sou amigo pessoal do Vincent, e as traduções do francês fui eu quem fiz, justamente para os colegas daqui aproveitarem, claro que ele está num nível de aptidão incrível, mas pode acreditar, e observar, os servos são sempre comuns, ele usa pregos, latão, alfinetes, madeira, PC e tudo que há ao alcance de uma mente que quer realizar uma idéia. Ele, sempre diz que não é pra ninguém achar que é "impossível" realizar um trabalho e sim possível, e os requisitos não são tecnológicos, e sim cerebrais, tempo e perseverança, e vejo nos mais jovens essa idéia do imediatismo, e posso até apostar que a maioria não leu seu texto até o final, o que dá um claro exemplo do que falo...
Mas é isso ai, estou aqui para me divertir e não ser a palmatória do mundo, mas acredito que este espaço tb deva injetar, curar, polimerizar cidadania....

Grande Abraço


Tera
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delgado
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Mensagem por delgado »

tem coisas que precisamos amadurecer para apreciar corretamente, eu conhecia este site há muito tempo, mas não conseguia admirar com os olhos que tenho hoje, eu olhava e achava fascinante e passava para a próxima foto, hoje eu tento entender cada detalhe para tentar aproveitar o documentário.
Criando coragem para pilotar o TREX
Daniel Lauar
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Mensagem por Daniel Lauar »

Aos colegas Alexandre, Eduardo e Terabyte...

Fico satisfeito de saber que o meu desabafo tenha de certa forma ganhado "adeptos"...Fiquei com receio de ser visto como um extremista metido pelos colegas da comunidade...Devo deixar claro que também sou à favor do uso de materiais novos como colocou o Terabyte, mas volto á minha crítica: como vou saber se um determinado material pode ser usado, se é resistente o suficiente, leve e tal, se não conheço nem o material tradicional, não sei a finalidade dele no modelo, muito menos nunca utilizei, nunca coloquei a mão na massa? É aquela velha história, nem se quer chegou no ônibus e já quer ir sentando na janela? Calma lá companheiro! Para se chegar no nível de exigência e qualidade que queremos, não é da noite para o dia não! Isso é processual...Tem que se pegar desde a raíz, se sujar de cola, empoeirar a casa, ter que aguentar muita reclamação da mãe ou da esposa...Mesmo porque, quando você mesmo constrói seu modelo, você passa a ser mais prudente com ele...Só você sabe o tempo e a mão de obra que foi gasta nele! Concordo plenamente com o Alexandre quando ele diz que essa massificação no aeromodelismo se deve a facilidade de se comprar um modelo pronto. Mas de certa forma, os "pseudo-aeromodelistas" se rendem a essa condição de inércia por comodismo, e não por julgarem difícil, ou imcapazes de produzirem algo. Como disse no texto, sei que não tenho gabarito para criticar da forma que critiquei. Tenho 18 anos de idade e + - 8 anos de aeromodelismo, dos quais, nos meus 5 primeiros anos sequer tive interesse em voar! Só adquirí esse gosto de uns 3 anos para cá. No período em que não voava, sempre lí muito sobre aeromodelismo com o intúito de entender o funcionamento dos modelos, rádios, servos, baterias, motores e a evolução do aeromodelismo. E por isso digo a todos com segurança, aeromodelismo não se resume a vôo de aeromodelo não! O aeromodelismo que conhecí já nos anos 2000 é outro!

Não queria esticar tanto o comentário e nem poluir mais o tópico, mais acabou saindo como um desabafo...

Um abraço, Daniel Lauar
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betocastrucci
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Mensagem por betocastrucci »

Ainda estou deglutindo as fotos da construção, mas adorei ver como o cara gabaritou a construção da fuselagem, cortando na própria caverna o apoio, como se faz em nervuras das asas, nunca tinha visto isso.
Sobre o assunto de construir seu próprio modelo, é que isso é mais simples do que parece, não é necessário nenhuma ferramenta carissima e nenhuma grande aptidão, basta ter vontade e paciencia, e uma coisa que não gosto é ter que construir com data marcada para voar, vira obrigação ao invés de prazer. Modelo construido por voce mesmo dá mais medo de lenhar do que um comprado, experiencia própria :D :D
Outra coisa interessante é como em pistas de aeromodelismo os caras te olham com estranheza quando voce responde que foi construido por voce e não comprado. Mas isso aqui no Brasil, quando fomos voar na Argentina no inicio de maio, o assunto mais recorrente era como voce construiu, ou que material usou.
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betodebem
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Mensagem por betodebem »

Belas palavras Daniel, eu estou no hobby a dois anos e sempre tive uma queda pela construção, 51% do meu tesão no hobby é construir e o depron me conquistou desde o primeiro projeto, nunca fiz nenhum avião em balsa, não gosto.

Essa construção do cara é incrível, enche os olhos, o cara chegou a um nível que poucos poderão um dia sonhor em chegar, mas devemos levar em consideração que estamos no Brasil, um país que só incentiva um tipo de hobby, a impunidade.

Lá fora os caras tem tecnologia e preços baixos, ou seja, a faca e o queijo na mão! Aqui a gente vê verdadeiros milagres, jatos, biplanos, planadores, etc. saindo de bandejinhas de frios, a criatividade e força de vontade do nosso povo impressiona, eu dou muito valor a isso.

Sobre os pilotos, acho que o hobby é muito amplo, eu respeito quem gosta de comprar e voar, mas não é a minha praia, como disse sou louco por construir!

Esse tópico rendeu, são tópicos como esse que vale a pena nesse fórum, parabéns a todos pelas belas palavras...

Abraços,

Beto
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Ericfly
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Mensagem por Ericfly »

Engraçado que eu tb gosto mais de construir que voar. Gosto muito dos dois, um não substitui o outro. Mas tenho certeza que passo, por opção, mais horas na oficina que voando. Faço isto há 14 anos. Comecei com vôo livre, depois VCC, em seguida R/C, que pratico há 9.
O texto do Daniel me chamou a atenção por não ser específico, mas genérico. Sim, isto é bom. Há muitos que não gostam de isopor, fazem questão de balsa, construção tradicional etc.
Eu já construí e ainda construo modelos pelo método tradicional, com balsa, CA, EPOXI etc. Hoje em dia a maioria dos meus modelos são de isopor, com estrutura de fibra de vidro, e as mais diversas entelagens ou chapeamentos.
Acredito que a discussão balsa x foam é interminável e infrutífera.
É mais questão de gosto, como apontou o Beto.
Acredito em melhoria contínua.
Eu estou sempre querendo conhecer a fundo a aerodinâmica, os métodos de construção, novos materiais etc.
Acredito que as construções à moda antiga são muito bonitas e, em vários casos, muito leves. Ao mesmo tempo, felizmente meu carro hoje tem tecnologia muito mais avançada que a dos carros de 1930. Espero também que meus aeromodelos tenham algo de melhor que 70 anos atrás.
Então, como construtor, eu gosto de tentar o novo. Pensar em um modo diferente de fazer. Uma nova geometria. Um novo perfil de asa. Como pode ficar mais preciso? Mais prático? Mais leve? Mais barato? Menos trabalhoso? Os últimos dois não são por simples economia: gosto de testar diferentes perfis de asa, diferentes geometrias etc. Isto envolve fazer muitos aeromodelos. Como meu tempo é escasso, e também não pretendo gastar todo meu orçamento em material, uso isopor.
Para mim, a construção não é só um meio de ter um aeromodelo. É um processo de aprendizado e, principalmente, um espaço para exercitar a criatividade, e obter conhecimento, seja teórico ou empírico, de preferência os dois.
Concordo com o Daniel que devemos ir a fundo no que nos interessa.
Comecei cortando asas com arco manual. Mudei o arco, o fio, pendurei no teto, criei novos modos de fazer moldes de alumínio, de fixá-los, processos produtivos etc. Percebi que mesmo assim, uma asa não sai igual à outra. Comecei a fazer uma CNC. Não para ganhar dinheiro vendendo aeromodelos de isopor (acho que isto é utopia. Pode até sustentar o hobby, mas viver disto é muito difícil. Basta saber fazer as contas), mas para eu poder testar idéias, perfis, geometrias de asa etc., e para conseguir replicar sucessos.
Para sair a primeira, demorou quase 2 anos, por falta de tempo. Todos os possíveis problemas ocorreram com a minha... acho que fui o mais azarado da terra ao fazer sua cnc. Conhecidos, e construtures de outros lugares, via internet, não tiveram tantos problemas qto eu. Finalmente ela funcionou direito. Daí a dois meses, vendo que a máq era muito volumosa, desmontei ela e fiz um novo projeto, com um conceito inédito de corte. Ele melhora a aparencia da máquina, o aproveitamento de espaço é muito melhor, e a máquina passa a ter mais usos. Foi a versão 2, que teve várias mudanças ao longo do tempo. Ficou bom no final, mas havia um problema que quase todas as CNCs por aí têm: o corte fica tremido. O tremido é de leve, uma lixinha resolve. Mas vou ficar 3 anos brincando de montar CNC, já gastei mais de 3 mil na brincadeira, fácil fácil, e não vai sair perfeito? De jeito nenhum!
Estou terminando esta semana a terceira versão, com uma idéia fabulosa do Motta, que é, na minha opinião, o maior conhecedor de CNCs para aeromodelismo, de corte por fio quente, no Brasil. Adaptei a idéia dele na no meu conceito, e está ficando muito bom!!
Ao mesmo tempo, o Vincent fez uma coisa que nós devemos imitar: pensou. Sim, pensou, economizou tempo fazendo as nervuras na cnc (cortar aquilo na mão levaria um mês, e não sairia perfeito nem tão leve). Ele fez uma longarina bem caprichada, bem pensada, show! Fez os reforços certos etc. E se deu o trabalho, que não é pequeno, de publicar tudo isto. Parou para tirar fotos, depois editou etc.
Isso dá trabalho, e ninguém tá pagando ele para isto. Isto é elogiável da parte dele!
Como o Castrucci disse, construir não é tão complicado assim...
Mas quanto a ter medo de lenhar, comigo é diferente: quanto mais tempo eu gastei fazendo o aero, mais tenho medo de lenhar. Essa é uma vantagem dos modelos de isopor: eu gasto muito pouco dinheiro e tempo para construir um que voe bem. Por isto, não tenho medo de fazer acrobacias etc., e com isto pego mais prática na pilotagem. Além disto, modelos de isopor são, se bem construídos, muito mais resistentes a pancadas que os de balsa, além de terem reparo bem mais fácil. Ao mesmo tempo, eles têm uma desvantagem: com muitas pancadas eles amassam. Amassa um pouco aqui, um pouco ali. A essas alturas um de balsa já tinha quebrado todo. Mas como o de isopor não quebrou, você vai continuando a voá-lo. Aí fica um maracujá de gaveta, que está cada vez mais mole, torto e com vôo mais torto ainda. Ou seja, o aero de isopor nos des-educa (se é que esta palavra existe). Mas isto vai de cada um.

Abs

Eric
Daniel Lauar
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Mensagem por Daniel Lauar »

Essa minha idéia de expressar esse sentimento já é meio antiga, e nesse fim de semana ela ganhou forma como um texto que aqui postei...Desde o começo a minha intenção era de generalizar mesmo! Não posso fazer uma crítica restrita...Uma vez que eu sou aeromodelista do glow, não posso meter o pau no elétrico! O que me dá prazer são as construções de balsa, mas nem por isso posso criticar quem usa isopor ou depron! Respeito muito essa democratização...Eu sou totalmente à favor da utilização de novos materiais no aeromodelismo, apesar de gostar do clássico. A minha crítica bate em cima de como o cara saberá se tem condições de adequar um determinado material se ele ao menos sabe quais são as necessidades de um aeromodelo??? O aeromodelismo realmente passa por uma evolução...Eu não preciso saber como construir com balsa e dope para construir com isopor, isso não me fará diferença...Mas eu tenho que saber sobre alguns perfís básicos para poder escolher um, as características das simetrias dos perfís, depois, fazer estabilizadores proporcionais, e existe proporção para se fazer os estabilizadores, assim como existe proporção para a área dos ailerons nas asas, dos flaps...Também do camber, do tickness e os outros componentes do perfil...Com isso tudo você pode chegar onde quer num determinado projeto e assim suprir suas necessidades naquele projeto. É interessante saber calcular um CG com exatidão, saber os centros de maior incidência de pressão para fazer reforços adequados, e não só ficar adicionando peso ao modelo e tal...
E uma coisa eu reconheço e admiro no pessoal do aeromodelismo elétrico que usa muito isopor e depron! Vocês são muito mais empenhados em buscar esses conhecimentos e coloca-los na prática do que o pessoal do glow...Mais uma vez insisto! Existe uma ciência por trás do aeromodelismo, quase exata, que nos livra de muita coisa! Basta conhece-la e aplicá-la! Esse seria o primeiro passo para se chegar num bom nível de excelência(conhecer o seu objeto de trabalho), que acho que é o que todos buscamos em tudo que fazemos nas nossas vidas...
Construir é arte...Voar faz parte...
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